Talassemia menor (ou traço talassêmico)
Seus portadores apresentam apenas uma herança genética da talassemia, adquirida do pai ou da mãe. Eles apresentam uma leve anemia, sem necessidade de tratamento.
Mas a consciência de que se tem este tipo de talassemia é muito importante, já que existem 25% de chances de uma criança, filha de pai e mãe portadores da talassemia menor, nascer com a talassemia maior, o tipo mais grave da doença, que exige tratamento por toda a vida.
Algumas curiosidades:
Talassemia menor pode apresentar sintomas. Esta informação não é verdadeira. Embora o portador tenha uma alteração genética que faz com que os glóbulos vermelhos possuam um tamanho menor que o normal, eles funcionam normalmente. Isso acontece porque o organismo cria um mecanismo de adaptação, fazendo com que os pacientes passem a produzir quantidades maiores de glóbulos vermelhos. Assim, se sintomas como cansaço, tontura, dores pelo corpo surgirem é importante procurar um médico para descobrir o que vem ocasionando.
Tomar ferro e ácido fólico está liberado. Sim, é possível que o portador de talassemia menor precise tomar estas duas suplementações. Mas é importante ter cuidado.
O ferro só é indicado caso os exames mostrem que há deficiência de ferro no organismo. Porém, se ele for utilizado sem recomendação e por longos períodos, pode levar à uma sobrecarga de ferro causando danos em órgãos como o fígado e glândulas.
Já o ácido fólico não causa nenhum prejuízo se tomado sem real necessidade. Porém, ele só é indicado caso o paciente afirme que consome poucas folhas verdes cruas, ou seja, saladas. O ideal é que seja consumido um prato dessas folhas 4 vezes na semana.
Doar sangue e órgãos é proibido. Depende. A talassemia menor não afeta o funcionamento dos órgãos, então pessoas com essa condição genética podem sim optar por esse tipo de doação. Ser um doador voluntário de sangue também é possível, desde que a hemoglobina esteja igual ou maior a 13 g/dl para homens, e 12,5 g/dl para mulheres.
Grávidas precisam tomar ferro. Sim! Porém, é frequente que mulheres não talassemicas grávidas também precisem tomar. É normal que durante a gravidez haja uma queda do hematócrito e da hemoglobina. A diferença é que se recomenda um monitoramento mais frequente dos índices hematimétricos, podendo ser mensal em grávidas com a talassemia menor. Além, é claro, de sempre manter contato com o obstetra para ter informações do desenvolvimento do feto e qual o melhor tipo de parto, normal ou cesariana.
Na imensa maioria das vezes a gestação decorre como se fosse uma mulher sem o traço talassêmico e raramente apresenta algum perigo para o feto.
A talassemia menor pode levar à leucemia ou à síndrome mielodisplásica. Não. A talassemia menor por si não leva a outros problemas hematológicos, especialmente a doenças malignas.
A talassemia menor precisa de tratamento. O que acontece frequentemente é a indicação do uso do ácido fólico, já que por apresentar uma maior produção de glóbulos vermelhos, o organismo dessas pessoas tem também um consumo aumentado do ácido. O importante é estar sempre em contato com o médico para não realizar tratamentos não recomendados.
Relação talassemia menor – consultório médico. Não há uma regra sobre qual a frequência que se deve ir ao médico, mas o indicado é ir pelo menos uma vez ao ano para realizar um check-up.
As mulheres devem prestar atenção no período menstrual para verificar se há uma perda de sangue aumentada e, nesse caso, ir ao médico o mais rápido possível.
No caso infantil, até 12 anos, é importante ter um acompanhamento mais de perto para garantir que a criança esteja com os níveis de vitaminas adequados e cresça saudável.
Lembrando sempre que é extremamente importante seguir as indicações do especialista.
Crianças com talassemia e o crescimento. As crianças com a talassemia menor são iguais as crianças sem o traço, desde que se alimentem corretamente e não apresentem outras doenças. Espera-se que elas tenham um crescimento nas faixas normais da população em geral.
Boa qualidade de vida para talassemia menor. Espera-se uma qualidade de vida normal. Não há restrições para as pessoas com esse tipo de talassemia. Claro que para atividades de alta performance, como maratonas e longas competições de nado, o paciente com talassemia menor talvez não consiga a mesma performance, mas não está impedido de fazê-las.
Tomar L-Carnitina é uma opção de tratamento. Depende. Há um estudo em pacientes com talassemia menor que, após tomarem o L-Carnitina, apresentaram uma elevação dos níveis desta substância e se sentiram melhor.
Mas não é um estudo com conclusões precisas, porque houve falha no seu método. Além disso, os estudos foram realizados principalmente no Oriente Médio, então os costumes e estilo de vida são diferentes dos nossos e os resultados podem sofrer alterações.
Então sim, esse medicamento pode ser benéfico para alguns pacientes, mas é preciso ter cautela. Os sintomas devem ser investigados para se ter certeza que eles estão de fato sendo causados pelo baixo nível da L-Carnitina.
A talassemia menor no campo de pesquisa. Atualmente, os estudos estão mais voltados para a prevenção do nascimento de crianças com talassemia maior a partir de um casal com talassemia menor. Para a talassemia menor em si, não há novidades.
A talassemia menor não mata. Como vimos, a pessoa com este tipo de talassemia tem uma vida normal, sem sintomas e sem a necessidade de realizar tratamentos. Por este motivo, este tipo de anemia não leva a óbito.
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