Atividades físicas estão liberadas para quem tem talassemia
Por Tatiane Mota
Muito se fala sobre a importância dos hábitos saudáveis, tanto para a prevenção de diversas doenças, como também para o controle da ansiedade e estresse, tão comuns e prejudiciais nos tempos de hoje.
As atividades físicas têm cadeira cativa quando o tema é bem-estar físico e mental. Para se ter uma noção, além de possibilitar controle do peso e autoestima, a prática de exercícios reduz a pressão arterial, melhora a circulação sanguínea e fortalece o sistema imune. Sem contar que ao praticar exercícios o corpo libera endorfina, hormônio responsável por produzir sensação de prazer, que ajuda a tirar o foco dos problemas do dia a dia.
Alguns portadores de talassemia ficam na dúvida se podem ou não praticar atividades físicas. Mas de acordo com o Dr. Antônio Piga, diretor do Centro de Talassemia de Turim, Itália, não há contraindicações.
“No geral, procuramos encorajar o paciente com doenças crônicas a fazer atividade física. Se a talassemia é tratada de forma correta, seu portador terá uma vida normal e com experiências similiares a de qualquer outra pessoa. Agora, se o tratamento não estiver acontecendo como deveria, os exercícios terão limitações, mas ainda assim não serão contraindicados”, explica.
Os exercícios aeróbicos, como caminhar, nadar, pedalar, correr, dançar, são os mais indicados. Mas se o baço estiver aumentado, esportes com alto risco de trauma, como lutas e futebol, devem ser evitados. Ivone da Conceição, por recomendação médica, faz hidroginástica.
“Descobri a talassemia maior somente com nove anos, e por ter ficado muito tempo sem tratamento, fiquei com problemas ósseos e uma sequela nas pernas. Meu médico me indicou esta atividade física, e hoje sinto que meus ossos estão mais fortes. Tenho uma vida praticamente normal, e saudável”.
A intensidade e duração do exercício devem acontecer de acordo com as condições físicas da pessoa. No caso da talassemia intermediária, com o grau de anemia também. Se há qualquer complicação, será necessário avaliar individualmente o paciente para saber se ele deve ou não dar continuidade aos exercícios físicos.
Ossos mais fortalecidos
Já é comprovado que praticar atividade física é fundamental para a saúde dos ossos e pode ajudar, e muito, no combate à osteoporose.
Conhecida como uma doença de idosos, a osteoporose atinge, na maior parte dos casos, pessoas acima dos 55 anos. No portador de talassemia, ela pode ser mais precoce, em especial se a quelação não for realizada corretamente. A doença acontece quando o corpo deixa de renovar e reconstruir a estrutua óssea, causando dores e fraturas espontâneas.
Dentro dos ossos existem células que funcionam como sensores de movimento. Quando elas percebem alguma deformação causada por movimento, gera um estímulo para a formação de mais osso. E por isso as atividades físicas podem ajudar.
“Os exercícios aeróbicos são os mais indicados para quem tem osteoporose ou apresenta riscos de tê-la no futuro. Eles ajudam a manter a massa óssea, reduzindo o risco de fratura. Também melhoram a força muscular, as dores crônicas, e o equilíbrio, diminuindo o risco de quedas”, alerta o Dr. Piga.
Para a osteoporose também é importante o acompanhamento fisioterápico. Os movimentos corporais são indicados para prevenir as deformidades e fraturas ósseas.