Por Tatiane Mota
O coronavírus chegou trazendo importantes mudanças no cotidiano dos brasileiros. Para os portadores de talassemia, não é diferente.
A recomendação dos médicos, claro, é que nenhum tratamento pare. Ou seja, o paciente jamais deve pausar, por conta própria, a terapêutica indicada pelo especialista. Mas algumas consultas, antes presenciais, agora podem ser feitas à distância.
Medicina à distância, ou telemedicina, é quando médico e paciente, ou médico e médico, fazem uma consulta/encontro não presencial. Ela pode ser realizada em uma plataforma especializada, mas também por meio de diferentes canais de comunicação, como telefone, Whatsapp, e-mail, aplicativos de reuniões virtuais.
Neste sistema de atendimento, assim como nas consultas presenciais, é possível que o médico leia resultados de exames, tire dúvidas sobre sintomas e outras questões que envolvam a doença, explique se há ou não necessidade de ir ao hospital para aplicar medicamentos ou realizar novos testes, e acompanhe, com precisão, a situação do paciente.
“É importante salientar que psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, enfim, a equipe multiprofissional como um todo, podem também realizar seus atendimentos à distância. Mas, caberá um discernimento dos profissionais sobre o que é possível realmente atender à distância e aquilo que não pode ser avaliado dessa maneira. Tem pacientes que precisam passar em consulta presencial, para serem examinados, auscultar o coração, o pulmão, por exemplo”, comenta o Dr. Nelson Hamerschlak, onco-hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein e do Comitê Médico da Abrasta.
Pode até parecer diferente, mas saiba que já é realidade fazer alguns exames médicos, mesmo não estando no hospital. Dispositivos específicos ajudam o profissional a aferir a pressão arterial, fazer eletrocardiograma e até mesmo examinar a garganta do paciente.
Na telemedicina, o especialista também está autorizado a fazer receitas médicas com assinatura digital.
No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou a portaria n°467, que regulamenta atendimentos médicos à distância. O texto determina que todas as consultas deverão ser obrigatoriamente registradas em prontuário clínico com indicação de data, hora, tecnologia da informação e comunicação utilizadas, além do número do Conselho Regional Profissional do Médico (CRM) e sua unidade da federação.
A resposta é sim! É importante lembrar que a telemedicina é Medicina e, em momentos de pandemia, como este que estamos vivendo, é uma excelente alternativa. Como vimos, o atendimento ocorrerá igualmente ao presencial. O paciente terá acesso às informações de seus exames e poderá esclarecer dúvidas.
Via telemedicina, por exemplo, pode ser muito mais ágil conseguir a prescrição médica transfunsional. Assim, o portador de talassemia não precisa se deslocar até o centro de tratamento somente para isso.
Agora, é essencial, claro, que as transfusões de sangue continuem acontecendo presencialmente e no tempo adequado.
“Em algum momento, será importante que este paciente de talassemia passe por uma consulta presencial, até para avaliarmos o tamanho do baço, os níveis de ferro no organismo. Mas isso não quer dizer que o acompanhamento posterior não possa ser feito via telemedicina. Inclusive, é este cenário que teremos no pós-COVID. Parte das consultas serão presenciais e a outra parte, à distância. A telemedicina passará a fazer parte de nossas vidas, em especial para os portadores de talassemia que seguem o tratamento corretamente. Eu tenho pacientes com quem que faço contato a cada 15 dias, para entender como está a saúde. E isso é Medicina à distância”, conta o Dr. Nelson.
Esta é uma preocupação importante. Quando uma consulta acontece de maneira presencial, no hospital, todos os dados do paciente estão seguros, em prontuários médicos. Já no mundo virtual, os riscos de vazamento podem ser maiores. Por isso, não é indicado que a telemedicina seja praticada via redes sociais, por exemplo.
“Existem plataformas específicas e seguras para a prática de consultas virtuais, com ferramentas adequadas tanto para garantir que as informações do paciente não sejam compartilhadas de forma indevida, como também para possibilitar um atendimento melhor e mais amplo. E todas as informações serão armazenadas no prontuário do paciente. Agora, é sim possível realizar uma teleconsulta por telefone, Whatasapp, caso o acesso a estes sistemas não esteja disponível”, esclarece o médico.
A Medicina à distância acontece tanto via hospitais/clínicas particulares, como também nos centros de tratamento do Sistema Público de Saúde (SUS).
Para quem não tem um plano de saúde e recorre aos serviços particulares, a consulta será cobrada pelo médico, normalmente. Já para quem tem plano de saúde, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos devem cobrir o valor da consulta realizada via telemedicina.
No sistema público de saúde as consultas não serão cobradas.
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